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Dinheiro público e eventos comunitários

Alguns dias atrás, eu escrevi uma resposta a um texto do Reinaldo Azevedo, um blogueiro/articulista da Veja. Ele associou software livre ao PT. Parece ser um erro conceitual comum. Um amigo meu acaba de me contar de um outro jornalista, Políbio Braga, que se manifestou contra o uso de verbas públicas no FISL. A opinião dele, equivocada em vários pontos, reflete muito do não se entende sobre software livre, sobre modelos econômicos baseados nele e sobre espaços comunitários como o FISL.

Negócio

Uma das idéias dele é que software-livre seja um negócio como qualquer outro. Num certo sentido, ele tem razão. Há muitas e muitas empresas que usam e fazem software livre e ganham (ou pelo menos economizam) dinheiro com isso. Mas essa percepção só captura metade da coisa. Sofware livre não é sobre custo zero. Software livre é sobre liberdade do usuário. Software livre não nega ao usuário o direito de usar o programa como ele quiser. Por exemplo, usuários de Windows podem esbarrar em restrições artificiais que não permitem o uso de toda a memória ou todos os processadores. Ou de um número maior do que um certo tanto de contas de e-mail. Software livre também respeita a autonomia do usuário de examinar e modificar o programa - ou contratar alguém que saiba como fazer isso. Por conta disso, ele é importante quando se demanda auditabilidade, como, por exemplo, em aplicações militares. Você não quer que, por exemplo, seu avião de caça tenha um kill-switch que possa ser acionado pelo seu oponente, quer?

Então... Software livre é um negócio, mas é um negócio correto e honesto, que dá e respeita os direitos do consumidor, ao contrário do modelo tradicional do software proprietário, que só dá direitos muito limitados sobre alguma coisa que, supostamente, foi vendida.

Plataforma política

Algumas pessoas defendem software livre como uma bandeira ideológica que parece saída dos anos 50. Felizmente são poucos. Ideologia política é um assunto que nada tem com software livre além de uma tênue conexão coincidencial. Ao propor a adoção de software livre, estamos nos tornando mais independentes de empresas americanas. A motivação, no entanto, seria a mesma se fossem empresas cubanas, venezuelanas, iranianas ou norte-coreanas. A motivação é a independência, não o alinhamento com um ou outro "eixo". Uma identidade muito próxima com esses regimes seria, inclusive, contraditória, uma vez que o software livre também defende direitos e liberdades que esses governos tolhem.

Mas isso é a minha opinião. Uma causa justa não precisa ser associada a todas as outras causas de quem as apóia.

Geração de riqueza, versão 2.0

O FISL interessa à comunidade.

No FISL muita gente se encontra. Já conheci empresas e parceiros que tornaram possíveis alguns usos inovadores de tecnologia que simplesmente não seriam possíveis, ou fáceis, sem isso. Eventos como o FISL, hackatonas (participei, por exemplo, com meu filho, do Random Hacks of Kindness) são tanto grandes aceleradores de desenvolvimento (porque as pessoas estão fisicamente juntas) como ferramentas educacionais poderosas (para quem é um novato). Assim, eventos como o FISL geram uma enorme riqueza, tanto de idéias, como de produtos que chegarão ao mercado em breve e que servirão, como bons produtos livres, de plataforma para criação de negócios e geração de valor.

Os visitantes do FISL também deixam uma pequena fortuna nos hotéis, restaurantes e taxis da cidade.

Eu diria que a conta fecha, com facilidade. Tanto o governo federal como o governo do estado do Rio Grande do Sul são grandes usuários de software livre. Ter software livre de melhor qualidade é, para eles e para seus cidadãos, um ótimo negócio. E, como não precisam gastar em licenças, podem usar uma fração do dinheiro economizado ajudando a organizar eventos que melhoram a qualidade do que usam. Simples, não?

Sugestões de leitura

Da mesma forma como no outro, eu vou deixar umas sugestões de leitura

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They had it all

They had it all

I like to remind my younger peers that technology does not show a steady progression pattern. In the past we can see long forgotten examples of ideas were not only ahead of their time, but that are still ahead of our own. PLATO was such a thing.

In the 70's they had social media, collaborative editing, wide-area multi-user games, hypertext, instant-messaging and e-mail. And they had it in graphic terminals that showed pictures we would not be able to see on a desktop computer until the mid-80s.

They had it all.

Enjoy.

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Linkbait and exaggeration

Every day I see lame articles I feel no reason to respond to. Yet, there are days I come across stuff that really demands an answer, even if it is for no other reason than to give some enlightenment to its readers and for the people that pointed me the article.

Today's example is a piece on ZDNet, "They exist now only in the minds of fanbois", that tries to examine a couple things that some consider to be myths while, at the same time, taking a jab and provoking fanboys of all types. Unfortunately, it falls short due to a certain degree of exaggeration and more than just a little eagerness to generate traffic. Let's see how it works.

"There’s a war between Microsoft and Apple"

He got this one right. Apple and Microsoft are companies, not countries. They compete in several areas, collaborate in others and will do whatever it takes to turn a profit and to protect their brand equity. As much as I regard collaborating with the backstabbing folks at Microsoft as foolish, Apple is big enough to survive. And has some previous blunders to learn from.

"Year of the Linux desktop is coming"

I think this one is pretty irrelevant. The age of the desktop is quickly fading. At home, the last desktop PC we had was donated to charity. I will not give up the mobility my netbook affords me, as much as my wife won't give up her Macbook. If you define "Linux desktop" more broadly, there will come a time people will use more and more mobile devices and, then, as the traditional desktop computer fades away, smaller devices will replace them, piecing the data they show on theit GUIs from remote servers. Interestingly, nobody does and nobody will care much what OS runs such devices. Right now the hype points towards the iPad, which runs a flavor of Unix. Android devices run a flavor of Linux which is, kind of, another flavor of Unix. Since the whole question doesn't make sense, I will give him the point - Linux will not dominate the desktop. Not that anyone will care.

One note here: that excludes my collection of interesting computers. There are many desktops in it and I will not part with them anytime soon.

"Open-source = secure code"

Of course not. Simply opening up crappy code will not make it secure. But, look closely: this guy is dealing with an absolute. Open-source is no silver bullet. However, the fact the code is easily accessible and fully disclosed, ensures that security problems can be addressed as soon as they are found and not when PR dictates they need to be solved. When the source is secret only the manufacturer - the one with access to the source - can correct the problem. Even if it's hurting you or your company, you can't just hire a consultant to fix it.

"You are safe from malware on a Mac"

Again, absolutes. No. You are not completely safe from malware on a Mac, but the point that should be made is that you are much safer from malware under OSX than you would be on a Windows box. At least, if for nothing else, because most malware targets Windows, not OSX. The article is correct when it says current malware relies heavily on a clueless user, so, you should as well get a clue. Malware is not, however, platform neutral and the platform to avoid for malware reasons is, definitely, Windows. I would also like to point out I use a package-based OS and I am much safer than Mac users (and orders of magnitude safer than Windows users) because all the software on my machine was delivered in cryptographically signed packages securely fetched from trusted servers. It's kind of an app-store, but without the hype. And happened a good couple years before Apple "invented" the iPhone app store.

"Users don't like walled gardens"

They shouldn't, but they do. It's a sad fact of life most people are dumb. Most users just want to use their gadgets and really don't mind to be forced to buy their stuff from a single supplier or to give up choice. Or to have their copies of 1984 removed from their devices. In the end, giving up control will come back to bite them. Maybe they will learn. Who knows... I don't care.

"Apple/Microsoft/Aliens paid you to say that"

Microsoft has been known to hire PR agencies for astroturf campaigns. Examples for Microsoft, some comical, abound. Apple is a more interesting subject. Since so many of their users are so amazingly passionate, I doubt it has to pay for them to defend the brand and its products. Fanboys, of all flavors (even Microsoft has them, believe me), live in a reality distortion field and no RTF in this industry is larger than the one emanating from Cupertino. Editorial interference happens - when Microsoft (or Oracle, or IBM) threatens to withdraw its ads, many publications listen. And let's not forget some blogs are openly not neutral and cater to supporters of a specific agenda.

Duke Nukem is coming back!!!!

Duke Nukem never went anywhere (and he has a link to prove). If he was mentioning Duke Nukem Forever, well, that one will, eventually, come up. This is one joke that won't die easily.

A conclusion

This is one article where I can't say he is completely wrong. However, hist broad claims are evidently aimed at generating controversy by being misread. It's, therefore, bad journalism.

And, since I am claiming it's wrong, that will label me as a fanboy.

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Think evil

Posted by Ricardo Bánffy at Apr 30, 2010 11:34 AM |

A suggestion for a new Apple campaign, inspired by a comment on Hacker News

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