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Windows 13

by Ricardo Bánffy last modified Nov 19, 2008 07:32 PM

Examinando a matemática por trás do nome Windows 7

O IDG Now! publicou dia 14 (eu sei, eu sou mesmo lento) uma matéria da PC World em que se questiona a matemática do nome Windows 7.

O número de versão 7 faz algum sentido se você pensar que é a versão 7.0 do NT. É estranho, já que o XP carrega o número de versão 5.1 e é principalmente um upgrade estético sobre o 2000, que é o 5.0. Assim sendo, o 7 deveria ser o 6.1, já que é um derivado próximo do Vista. Mas a versão 1.0 do NT se chamava 3.1 e era o Windows 3.1 com um kernel de Windows NT debaixo dele. E, a despeito do número 3.1, era uma versão 1.0.

Indo por essa linha (e respeitando os números maiores e menores de versão) o 3.1 seria o 1.0, o 3.5 seria o 1.5, 4 seria o 2.0, o 2000 seria o 3.0, o XP o 3.1, o Vista seria o 4 e o 7 seria o 5. Confuso isso, não?

Agora, se formos pegar no pé da PC World pelo título da matéria ("Windows 7 é realmente o sétimo sistema operacional da Microsoft?"), teríamos que levar alguns outros em conta.

Em agosto de 1980 a Microsoft lançou o Xenix. O Xenix era baseado na tecnologia licenciada da AT&T e era uma versão de Unix System III. Não era um sistema operacional para PCs porque os PCs não existiam na época e teve seu primeiro port para PC apenas em 1983. Ele também não era vendido para usuários finais, apenas OEMs. Alguns poderiam dizer que foi o último bom sistema operacional da empresa, mas os usuários de Unix diziam que ele era muito ruim.

Depois disso veio o MS-DOS, que todos conhecemos. Inicialmente chamado de PC-DOS e acompanhando os IBM PCs, ele foi vendido como MS-DOS para os usuários finais (sim, o MS-DOS foi o primeiro OS "de prateleira" da MS) e fabricantes de clones do IBM-PC. Ele é responsável pela comoditização dos micros PC e pela magérrima margem de lucro dos fabricantes de PCs de hoje em dia.

Depois dele veio o MSX-DOS. MSX era uma linha de computadores de 8 bits que não fez muito sucesso nos EUA porque chegou ao mercado tarde demais. Foi contemporâneo de Commodore 64, Ataris ST e Amigas e, por isso, nunca fez minha cabeça. Também era um projeto de hardware medíocre e parecia ter sido desenhado por um comitê de fabricantes de eletrodomésticos. Foi mais expressivo aqui e na Europa e foi usado como videogame no Japão. Gosto de provocar os seus entusiastas dizendo que, ao contrário do Apple II, MSX não tem alma.

Depois do MS-DOS, e assim que viu o Apple Lisa e o Macintosh (que ainda não havia sido lançado) a MS começou a mostrar o Windows. Ele só foi entregue em 1985, algumas semanas antes da...

...Microsoft e da IBM anunciarem um acordo de desenvolvimento conjunto de sistemas operacionais que resultou no OS/2. A mensagem para o público era que o OS/2 era o futuro.

Nesse meio-tempo a Microsoft continuou a desenvolver o Windows paralelamente e, com o lançamento da versão 3 como um competidor direto do OS/2, IBM e Microsoft decidiram que não iam continuar casadas. Foi bom para a MS, que fez todos os seus competidores investirem em migrar seus produtos para OS/2 enquanto ela os portava para o Windows 3. Muito esperto. Os competidores levaram anos para não se recuperar e deixar o mercado quase que só para a MS.

Ao mesmo tempo em que desenvolvia o OS/2 com a IBM, a Microsoft também desenvolveu o que seria o OS/2 3.0. Com o divórcio ele ganhou o nome de Windows NT. A primeira versão do Windows NT saiu mais ou menos um ano depois do Windows 3.1 e ganhou o mesmo número de versão (3.1 = 1.0).

Aí a história fica confusa nesse ponto porque a Microsoft manteve duas famílias de sistemas em desenvolvimento ativo: os NTs e os derivados do Windows original. Vieram 95, 98 e Me na família antiga e NT 3.5, 4, 2000, XP, Vista e, ano que vem ou no outro, Windows 7.

Pelas minhas contas, ele deveria se chamar de Windows 13.