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O Plone Symposium e porque você devia ir

Eu sempre recomendo que coisas importantes recebam a devida atenção.

É por isso que não me incomodo muito em ver sites descartáveis sendo feitos com tecnologias como ASP, JSP ou PHP naquele modelo antigo que mistura apresentação com lógica. É como na construção de cenários - você não vai usar madeira se isopor e lycra resolverem. Concreto armado, nem pensar. Site descartável é como aqueles escritorios que são erguidos para vebder apartamentos na planta: ele só precisa ficar lá até vender unidades suficientes para começar a obra. Depois disso, vai ser derrubado. Ele nunca vai desenvolver uma goteira ou ganhar mais um piso.

Com sites, a situação é parecida.

Se seu site for só um cartão de visitas feito pra dar seu e-mail de contato ou telefone, tudo bem você montá-lo com qualquer coisa. HTML estático está bom demais.

Por outro lado, se você precisa viver com um site, é bom fazê-lo direito. É importante separar a aparência dele (que pode mudar radicalmente a qualquer tempo) do conteúdo (que tende apenas a aumentar) e de eventuais aplicações que rodem dentro dele (se seu CMS deixar você fazer esse tipo de coisa).

É por conta disso que eu gosto tanto do Plone. Ele traça uma linha muito nitida entre conteúdo e forma e, por conta de como é construído, em torno de um banco de objetos (e não um banco relacional, como a maioria dos concorrentes) ele torna ridiculamente simples fazer aplicações de workflow ou de gestão de conhecimento.

E quando eu digo ridículo, é porque, tipicamente, você só precisa gerar alguns diagramas UML e entregá-los a uma ferramenta que faz o resto.

Uma digressão rápida: no meu livro, guardar documentos dentro de um BD relacional, como faz o SharePoint, é motivo para justa-causa. Guardar ponteiros para um sistema de arquivos é apenas marginalmente melhor. Mas isso é material para outro artigo, não para esse.

E aí eu entro na parte realmente importante: se você tem problemas com sua intranet e gostaria que ela fosse mais manejável, compatível com mais navegadores (diga a verdade - é um porre quando a empresa padroniza em IE 6 porque fez a burrada de crira aplicações importantes que não rodam nem mesmo nas versões posteriores dele, quanto mais em navegadores mais modernos), que pudesse guardar seus documentos do Office (ou do OpenOffice, ou do iWork, se você tem Macs), que tivesse uma busca que funciona (porque você quer encontrar os documentos que colocou lá), que tenha undo sem nunca precisar de um restore do banco de dados (porque todo mundo erra de vez em quando) e que, no geral, envelheça mais graciosamente do que aquelas coisas com que você está acostumado, dê uma olhada no Plone.

Eu sei... Eu sou - e assumo - um fanboy do Plone. O dieblinkenlights é feito em Plone. Por vários anos o Plone pagou - não paga mais - minhas contas. O DBL é feito em Plone porque eu sou muito preguiçoso e não quero ter dores de cabeça com o site. Ele simplesmente funciona e tem sido assim desde que ele existe. E é assim que um CMS tem que ser.

Na semana que vem acontece em São Paulo o Plone Symposium South America. É a primeira edição do evento e vale a pena você ir. Vale a pena, não importando se você usa ou não Plone. Mesmo que você seja um usuário de Joomla, Drupal ou, coitado, de Sharepoint, vale a pena ir. Vale a pena para saber o que o outro CMS, aquele que você não usa, tem para oferecer.

Na pior das hipóteses, você sai com uma lista de features para serem implementados no seu que deve manter seu pessoal de desenvolvimento ocupado por algum tempo.

Mas, se você tiver mesmo sorte, você sai de lá um usuário de Plone.

Seus usuários vão agradecer.

Nota: este artigo também foi publicado no Webinsider, em http://webinsider.uol.com.br/index.php/2009/11/19/em-defesa-do-plone/.

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TEDxSP

TEDxSP

Posted by Ricardo Bánffy at Nov 16, 2009 09:45 PM |

Eu preciso começar dizendo que estou me sentindo pequeno.

Desde as primeiras palavras vindas do palco - "Pneumotórax", de Manuel Bandeira, declamado pelo pianista Vitor Araújo, um pernambucano de Recife, de 20 anos de idade, que abriu o primeiro bloco - eu sabia que não haveria como ser diferente. Eu gostaria de registrar essa experiência agora, enquanto a memória é forte o bastante para que eu possa escrever sobre ela "pelo lado de dentro". Levou um certo tempo, da noite de sábado, quando eu mal conseguia falar, atordoado, até a noite de segunda, para me sentir capaz de fazer isso. Não voltei ao "normal" e, com sorte, talvez nunca mais volte, mas já consigo escrever. Isso é um começo.

Idéias: eu fui uma das 700 pessoas que foram expostas a um oceano delas. E isso foi dalí, de pertinho, da segunda fileira do teatro, de onde eu conseguia ver as lágrimas comovidas de quem subia ao palco com voz falhando. Lágrimas comovidas como as da própria platéia. Uma experiência estranha e assustadora ao mesmo tempo. Eu não imaginava que teria uma reação emocional tão forte. Eu nunca imaginaria que tantas pessoas à minha volta teriam uma reação emocional parecida - e as lágrimas estavam lá, no palco e na platéia, provando o quão errado eu estava. Talvez precisássemos disso. Talvez precisássemos muito sem nem mesmo saber.

Idéias poderosas, idéias grandes, idéias importantes, idéias bonitas, idéias de tirar o fôlego. "Idéias que mercem ser espalhadas". Esse é o mote do TED desde sempre, desde muito antes de eu descobrir que ele existia, levado por um vídeo tirado de uma apresentação de Jeff Han. Idéias ficam maiores quando compartilhadas. E lá estavam centenas de pessoas formando a massa crítica de um enorme reator de ideias.

A cabeça explodiu.

No fim do sábado eu voltei para casa. Voltei uma pessoa diferente. Voltei em pedaços, desconstruído, em uma caixa de legos, apequenado frente ao mar de possibilidades a serem realizadas a partir deles. Projetos novos, pessoas para procurar, ajuda a oferecer e idéias para trocar.

Mas tudo a seu tempo. Agora foi a hora de escrever e compartilhar a infinitesimal fração que eu pude colocar em palavras.

Porque essa idéia merece ser espalhada. É uma idéia cujo tempo chegou.

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Good news - an airplane perspective

Posted by Ricardo Bánffy at Nov 16, 2009 09:25 AM |

My wife and I are spending the day in Rio, with her parents, and she was using one of the computers in the house, a Windows Vista machine, when she read a message aloud for me: "Display Driver Stopped Responding and Has Recovered". Wow! That's good news, right?

Well... There is little point in telling a user who supposedly has no way or interest (or, in some countries, the permission of the law) to even wrap his or her head around what's happening inside the computer (we are talking Windows, a. k. a. NewbieOS, here) that there was a problem that, whatever it was, is no more.

Just imagine a pilot announcing, in the middle of a cross-country or, better, transatlantic, flight, that "Our starboard engine stopped responding. It experienced a flameout and when we tried to restart it, there was a fire, possibly due to an intermittent fuel leak. Our fire suppression system worked as expected and the engine has resumed normal operation. Have a nice flight".

Seriously, what is the point of telling that to a user? Something like "Look: your computer is crappy and some parts of it tend not to work so, the next time Windows blows up, it's the manufacturer's fault, not Microsoft's"?

Anyone wants to volunteer an alternative explanation?

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Market share Superior

Posted by Ricardo Bánffy at Nov 07, 2009 07:56 PM |

Hoje o Macmagazine está mostrando uma matéria assinada pelo Rafael Fischmann, que é um cara muito legal e que escreve bem, que usou um termo de uma forma que, eu entendo, leva a uma interpretação absurda.

Ele diz "O Windows 7 (...) tem um market share superior ao do Mac OS X 10.6 Snow Leopard" (o destaque é meu).

Eu sei perfeitamente bem que o market share do Windows é imenso. Sei igualmente bem que qualquer versão de Windows vai cruzar a barreira de 10% de usuários com relativa facilidade, uma vez que é quase mais difícil comprar computadores genéricos com a versão anterior de Windows (o que, com a caca que é o Vista até fazia sentido antes, mas com o 7 - que é melhorzinho - não faz mais) do que comprá-los com Linux. Computadores quebram e são aposentados. Computadores novos vêm com Windows 7.

Simples assim. O crescimento dele no mercado é tão inevitável quanto o próximo nascer do sol ou decaimento do Urânio 235.

A palavra certa

"Maior". O market share do Windows 7 é maior do que o do Snow Leopard. É maior do que o do Linux. Mas, Rafael, me perdôe, não é superior exceto na estreita interpretação de superioridade numérica.

Superioridade numérica raramente pode ser ligada a "melhor", um sinônimo do adjetivo "superior" que é mencionado no dicionário. Há mais pagodeiros do que jazistas e mais funkeiros do que amantes de bossa-nova. Corinthianos são mais numerosos do que são-paulinos. O Xbox 360 é mais vendido que o PS3 e o PS2 é mais vendido que os dois juntos. "Mais" nunca quer dizer "melhor". Uma coisa não tem relação com a outra.

Então, vamos encarar o inescapável fato de que usuários de Mac, GNU/Linux, BSD e OpenSolaris são mais selecionados do que os de Windows, porque:

  • Eles sabem o que é um sistema operacional e são capazes de escolher qual usar (tirando aquela meia-dúzia de sempistas que compraram Mac porque era chique)
  • Entenderam que sistemas Unix-like são mais seguros, estáveis e versáteis do que esse filho bastardo do VMS que a Microsoft vende por aí
  • Sacaram que todo o jeito com que se instala programas no Windows é completamente surreal. No mau sentido.
  • No caso dos usuários de OpenSolaris, entenderam que ZFS é ducaralho.
  • No caso dos usuários de Linux e de OpenSolaris, entenderam que gerenciamento de pacotes é O Único Jeito São de se manter um computador e o software que roda nele inteiros. Eu excluo os usuários de Mac e BSD porque os sistemas deles ainda precisam comer muito arroz com feijão nesse terreno.
  • Descobriram que mesmo aquele Atom vagaba que se arrasta no XP consegue rodar uma dúzia de programas sem deixar nenhum deles impossivelmente mais lento do que os outros.
  • E que tiveram outras tantas pequenas epifânias para as quais usuários de Windows simplesmente ainda não estão prontos.

O Windows é feito para o homem comum, para os medianos, para quem não se preocupa em ter a melhor ferramenta. Não hostiliza os abaixo-da-média e atrás-da-curva, uma inclusividade social louvável por si só. O market share dele é grande justamente por isso.

Mas, cá pra nós, superior mesmo é o resto do market share.

Não é questão de quantidade, mas qualidade.

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