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Por que eu não compro na hp.com

Posted by Ricardo Bánffy at Aug 09, 2012 06:15 PM |
Filed under: estupidez

"Algo mais em que eu possa ajudar?"

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Dinheiro público e eventos comunitários

Alguns dias atrás, eu escrevi uma resposta a um texto do Reinaldo Azevedo, um blogueiro/articulista da Veja. Ele associou software livre ao PT. Parece ser um erro conceitual comum. Um amigo meu acaba de me contar de um outro jornalista, Políbio Braga, que se manifestou contra o uso de verbas públicas no FISL. A opinião dele, equivocada em vários pontos, reflete muito do não se entende sobre software livre, sobre modelos econômicos baseados nele e sobre espaços comunitários como o FISL.

Negócio

Uma das idéias dele é que software-livre seja um negócio como qualquer outro. Num certo sentido, ele tem razão. Há muitas e muitas empresas que usam e fazem software livre e ganham (ou pelo menos economizam) dinheiro com isso. Mas essa percepção só captura metade da coisa. Sofware livre não é sobre custo zero. Software livre é sobre liberdade do usuário. Software livre não nega ao usuário o direito de usar o programa como ele quiser. Por exemplo, usuários de Windows podem esbarrar em restrições artificiais que não permitem o uso de toda a memória ou todos os processadores. Ou de um número maior do que um certo tanto de contas de e-mail. Software livre também respeita a autonomia do usuário de examinar e modificar o programa - ou contratar alguém que saiba como fazer isso. Por conta disso, ele é importante quando se demanda auditabilidade, como, por exemplo, em aplicações militares. Você não quer que, por exemplo, seu avião de caça tenha um kill-switch que possa ser acionado pelo seu oponente, quer?

Então... Software livre é um negócio, mas é um negócio correto e honesto, que dá e respeita os direitos do consumidor, ao contrário do modelo tradicional do software proprietário, que só dá direitos muito limitados sobre alguma coisa que, supostamente, foi vendida.

Plataforma política

Algumas pessoas defendem software livre como uma bandeira ideológica que parece saída dos anos 50. Felizmente são poucos. Ideologia política é um assunto que nada tem com software livre além de uma tênue conexão coincidencial. Ao propor a adoção de software livre, estamos nos tornando mais independentes de empresas americanas. A motivação, no entanto, seria a mesma se fossem empresas cubanas, venezuelanas, iranianas ou norte-coreanas. A motivação é a independência, não o alinhamento com um ou outro "eixo". Uma identidade muito próxima com esses regimes seria, inclusive, contraditória, uma vez que o software livre também defende direitos e liberdades que esses governos tolhem.

Mas isso é a minha opinião. Uma causa justa não precisa ser associada a todas as outras causas de quem as apóia.

Geração de riqueza, versão 2.0

O FISL interessa à comunidade.

No FISL muita gente se encontra. Já conheci empresas e parceiros que tornaram possíveis alguns usos inovadores de tecnologia que simplesmente não seriam possíveis, ou fáceis, sem isso. Eventos como o FISL, hackatonas (participei, por exemplo, com meu filho, do Random Hacks of Kindness) são tanto grandes aceleradores de desenvolvimento (porque as pessoas estão fisicamente juntas) como ferramentas educacionais poderosas (para quem é um novato). Assim, eventos como o FISL geram uma enorme riqueza, tanto de idéias, como de produtos que chegarão ao mercado em breve e que servirão, como bons produtos livres, de plataforma para criação de negócios e geração de valor.

Os visitantes do FISL também deixam uma pequena fortuna nos hotéis, restaurantes e taxis da cidade.

Eu diria que a conta fecha, com facilidade. Tanto o governo federal como o governo do estado do Rio Grande do Sul são grandes usuários de software livre. Ter software livre de melhor qualidade é, para eles e para seus cidadãos, um ótimo negócio. E, como não precisam gastar em licenças, podem usar uma fração do dinheiro economizado ajudando a organizar eventos que melhoram a qualidade do que usam. Simples, não?

Sugestões de leitura

Da mesma forma como no outro, eu vou deixar umas sugestões de leitura

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Limpeza étnica de web-sites

Quem me conheçe sabe que eu não tenho a Microsoft em alta conta. Para mim é dificílimo imaginar a empresa atuando como uma corporação responsável ou de qualquer forma que incentive a prática de altos padrões morais. Para mim, eles são mais um sinônimo de competição predatória e irresponsável.

Mas esse não é o ponto desse post

Imagem e publicidade

A moldagem de mensagens publicitárias para um determinado público-alvo pode se tornar um problema espinhoso muito facilmente e qualquer iniciativa nesse sentido deve ser considerada com muito, muito cuidado. Foi por isso que eu me surpreendi com uma discussão no Hacker News que mostrava dois links para páginas correspondentes em sites da Microsoft, uma delas nos Estados Unidos, outra na Polônia. As imagens das páginas foram, desde então, igualadas, mas eu deixo aqui um retrato de como elas estavam hoje à tarde.

Primeiro a página da matriz:

Microsoft - Produtividade versão EUA

E, em seguida, a versão polonesa da mesma página:

Microsoft - Produtividade versão Polônia

Eu preciso admitir que mesmo não usando mais os produtos da empresa, ela continua me dando, se não alegrias, motivo para riso.

Adendo: Eu não tinha visto isso quando escrevi o post: http://microlove.ytmnd.com/

Você precisa seguir o link.

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Primeiro vieram atrás dos fumantes

Outro dia, na porta do escritório, participei de uma conversa interessante. Dois amigos fumantes, que agora precisam sair do prédio para fumar - não podem mais fazê-lo no terraço da cobertura, por exemplo, estavam reclamando. Me diverti com o argumento de que poderiam obrigar fumantes a usar um símbolo costurado às roupas. Poderiam também criar bairros específicos para eles, para que não interferissem com o espaço vital dos outros e pudessem, neles, fazer todas aquelas coisas que fumantes fazem, entre eles. Esses bairros poderiam ter seu acesso controlado, para que fumantes não pudessem sair, enquanto a sociedade pensa em uma solução final para esse problema.

O Pastor

O fantasma do Pastor Martin Niemöller me assombra de tempos em tempos. A crescente estupidificação de nossa civilização e suas possíveis conseqüências me incomoda. É com um pouco do espírito dele, da vontade de alertar os meus semelhantes de uma iminente bobagem, que eu fiquei com vontade de brincar com um poema que ele não se lembrava de ter escrito, mas que é atribuído a ele mesmo assim.

Primeiro vieram atras dos fumantes, mas,
como eu não fumo, eu não disse nada.

Depois vieram atrás dos gordos, mas,
como eu não sou gordo, eu não reclamei.

Então vieram atrás de quem dirige carros.
Como há tempos eu não dirijo, eu não me levantei.

Por fim, quando vieram atrás dos inteligentes que sobraram,
os que vieram eram burros demais para entender os protestos.

Nota rápida: um amigo meu me alertou para um fato curioso: parece que o poema, ocasionalmente atribuído a Brecht, é muito parecido com o de um brasileiro, Eduardo Alves da Costa.

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Biodiversidade, parte 2

Algum (bastante) tempo atrás, eu, entre muitos outros, alertei sobre o risco que corremos quando adotamos computadores iguais rodando todos os mesmos programas. Alertei, particularmente, para o risco de uma plataforma completamente alheia à idéia de segurança ser a plataforma majoritária em nossa quase monocultura.

Bom...

Primeiro de abril chegou, passou e nada aconteceu. Confickers por todo o planeta passaram a se atualizar de uma forma diferente e um pouco mais complicada. Mas nada aconteceu.

Agora começam a chegar relatos de que eles estão baixando um pacote com suas funcionalidades. Ainda não há muita informação sobre o que ele é e o que ele faz, mas PCs - milhões deles - espalhados pelo planeta estão recebendo suas ordens.

Daqui do alto de um sistema operacional seguro eu poderia me apegar à ilusão de que eu estou cruzando a Mach 3, cinquenta mil pés acima das tempestades a que os usuários de outras plataformas estão sujeitos. O único problema é que isso não é verdade.

Embora meu notebook seja virtualmente à prova de vírus, eu ainda enfrento o bombardeio de spam, as cerca de 10 tentativas (fúteis) de invasão por segundo de meu servidor pessoal e compartilho minha banda com dezenas ou centenas de botnets que saturam os encanamentos da internet. 83% dos e-mails que batem em meu servidor são spam e apenas uma pequena fração deles vêm de data-centers de verdade.

Máquinas mal-administradas são um problema não só para seus donos, que têm suas contas roubadas, sua banda e seus computadores saturados porque estão fazendo coisas que não deveriam estar fazendo, mas de todos nós que sabemos como se faz para não ter nossos computadores invadidos. Não fomos nós que criamos o problema, mas teremos, ainda assim, que aturá-lo. 

Máquinas inseguras são a causa de mais de 80% da "poluição ambiental" da internet.

Depois ainda me perguntam por que eu acho que deixar a própria máquina fazer parte de um botnet deveria ser crime...

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"Elevate our profits"

Às vezes eu fico desconfortável criando um longo desfile de posts ridicularizando, questionando ou condenando a Microsoft. Eu preferiria ser considerado pro-software-livre, pro-diversidade, pro-inovação e outras coisas do que ser considerado mais um de tantos rabugentos anti-Microsoft.

O problema é que eles vivem fazendo coisas que merecem o ridículo público.

Não me entendam mal. Eu gosto de falar mal da Microsoft. Ela é o valentão burro da escola, que é forte, mas sempre acaba fazendo papel de bobo, mesmo quando bate nas crianças mais fraquinhas. É bronco, tem manchas de suor nas axilas e cheira mal. Peida em público. Nunca fica com as garotas.

Eu acabei de ler no Slashdot (uma fonte sem fim de inspiração para MS-related rants) que a Microsoft tem seu próprio plano de estímulo para a economia americana. O plano se chama "Elevate America".

Isso pode ou não ser uma resposta ao pedido de Obama a Scott McNeally (o divertidíssimo ex-CEO da Sun e rabugento-mor do time anti-Microsoft) para que investigasse software de código aberto como uma forma de poupar dinheiro público ou ao apelo de 19 proeminentes figuras do mundo open-source para que Obama considerasse o estímulo direto a projetos abertos como forma de estímulo econômico. Não há como saber. A idéia é suficientemente estúpida para ter partido das fileiras da companhia, de alguém ansioso demais por subir a escada corporativa.

O plano idiota é assim:

(não riam, por favor)

Em um primeiro momento, a Microsoft vai disponibilizar, em seu site, material didático ensinando coisas como como usar a internet, como mandar e-mails e como criar currículos (com Windows, IE e, provavelmente, Office, respectivamente), assim como material "mais avançado" sobre como usar outros produtos da companhia.

Em um segundo momento, ela vai recrutar a ajuda de capan^H^H^H^H^H governos locais como os dos estados de Flórida, Nova Iorque e Washington para tornar esses materiais facilmente disponíveis para seus moradores.

Estou comovido com toda essa generosidade em ensinar as pobres pessoas a usar os produtos que eles mesmos vendem. Só achei que, para ter o apelo emocional correto, faltam no site algumas fotos de filhotes de labrador.

Isso tudo é medo de que as pessoas descubram que não precisam da Microsoft para usar seus computadores? Que é perfeitamente possível fazer tudo isso que eles se propõe, generosamente, a ensinar, sem pagar um tostão pelos produtos meia-boca do paquiderme de Redmond?

Depois eles querem processar pessoas que dizem que eles adotam táticas de traficante para aliciar usuários... O que é isso se não dar de presente ao futuro dependente sua primeira dose?

Nota: Você também encontra esse artigo lá no Webinsider. Lá você também vai encontrar os comentários dos leitores de lá, que costumam ser muito mais numerosos que os daqui.

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O que é que eles têm na cabeça?

Eu ontem ia mostrar a impagável versão de YMCA que o usuário (ou a usuária) azz100c deixou no YouTube apenas para descobrir que ele foi DMCA-izado. DMCA é o Digital Millenium Copyright Act, uma lei que existe nos EUA e que estabelece um mecanismo (as DMCA takedown notices) que permite que os donos de alguma obra peçam sua imediata remoção de sites como YouTube. O problema aqui é que o material (os vocais e o videoclipe de YMCA, com acompanhamento musical do Songsmith) pode ser facilmente encarado como uma paródia e paródias são consideradas, pelo menos nos EUA, protegidas pelo direito constitucional à liberdade de expressão.

Aqui não, infelizmente. Não existe essa coisa de liberdade de expressão no Brasil, a menos que sua expressão não desagrade ninguém que possa pagar um advogado melhor do que o seu. Mas isso é assunto pra outro dia.

O usuário disse que já preparou a counter-notice. Vai ser interessante ver o que acontece.

Agora, legalidades à parte, que idéia estúpida pedir para que o material seja removido. Pessoas estavam vendo o vídeo, rindo e lembrando que o Village People um dia existiu. Talvez até ainda vendessem uns CDs a mais...

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Blogueiro-celebridade e Windows fanboy sempista se expõe ao ridículo

Um dos principais inimigos do usuário de Windows mediano é a sua auto-confiança.

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